A proposta procurou conjugar na arquitetura do conjunto habitacional a pertinência de um programa funcional denso e a circunstância de um território envolvente em colmatação onde virá a desempenhar um papel de transição entre a malha urbana e contexto não construído a poente.

O terreno para o novo conjunto habitacional integra-se no Loteamento de Alfazina, localizado no Plano Integrado de Almada, estruturado pela Rua de Alfazina de Cima. A nordeste é confrontado com a Escola Básica Integrada do Monte da Caparica e um edifício habitacional, a sudoeste com  edifícios do “bairro amarelo”. A restante envolvente é constituída por terrenos expectantes não construídos.

Há no desenho proposto duas intenções particularmente relevantes. Primeiro a ideia de consolidar, com o futuro conjunto habitacional, os percursos pedonais existentes, propondo uma ligação transversal entre a Rua de Alfazina de Cima e o “bairro amarelo”, ligando e colmatando a estrutura urbana existente. Segundo, a introdução de uma nova ligação com um desenho singular e identitário, capaz de estruturar e qualificar o seu contexto com três principais valências: 1 – um percurso pedonal numa situação de fronteira entre a malha urbanizada e o terreno não construído que promove uma relação franca com a paisagem, 2 – introdução de uma zona verde qualificada no limite sul do terreno, 3 – construção de um espaço público no centro do conjunto que permite a relação social entre os habitantes dos 156 fogos propostos. 

A implantação e volumetria dos edifícios respeita os limites definidos pelo loteamento de Alfazina. Os lotes são dispostos de forma paralela à Rua Alfazina de Cima, tomando partido da pendente natural do terreno para resolver a introdução de um piso semi-enterrado destinado a estacionamento automóvel e a acessibilidade condicionada ao piso 0 de todos os lotes.

De uma forma geral os lotes são constituídos por um embasamento que promove uma plataforma de nível a partir de onde se desenvolvem os pisos destinados à habitação.

Assim, em síntese, procurou-se:

-       Criar um espaço publico estruturado, que prolonga e consolida as estruturas existentes através da continuidade.

-       Afirmar a transição entre a malha urbana e o contexto não construído.

-       Propor uma solução formal forte e identitária.